Musicologia, cultural studies e, “cultural analysis” novos problemas de eurocentrismo na era da globalização
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-5141.2004v8n1p%25pResumo
As Ciências Humanas ou, na Alemanha, Ciências do Espírito, encontram-se, no presente, em vários centros universitários da Europa, em processo de profundas transformações. Essa renovação caracteriza-se por uma reorientação do pensamento em direção a desenvolvimentos do mundo anglo-saxão, voltandose sobretudo às possibilidades teóricas e à abertura de novos campos de interesse que resultam do “Cultural Studies” de proveniência britânica e norte-americana. Também na Musicologia fazem-se sentir essas tendências inovadoras e que levam, muitas vezes, a debates polêmicos. As divisões da disciplina em Musicologia Histórica, Etnomusicologia e Musicologia Sistemática passam a ser criticadas a partir de posições baseadas na Culturologia. Sobretudo a Musicologia Histórica é alvo de críticas, uma vez que ela continua a manter, de forma conservadora, modelos e direções da pesquisa do passado, tais como interesse primordial por edições críticas de partituras, biografias e análise de obras. A ela se faz a crítica de ter cunho eurocêntrico.Também a Etnomusicologia procura orientação segundo o “Cultural Studies” e se dedica cada vez mais a questões da Música Popular e da “World music”. Nos últimos anos, porém, levantam-se críticas contra os “Cultural Studies”. Entre elas se conta a “Cultural Analysis”, uma direção de pesquisa centralizada em Amsterdam. Um estudo pormenorizado dos conceitos teóricos dessa proposta a partir da perspectiva do Brasil revela, porém, problemas que poderiam também ser criticados como expressões de atitudes eurocêntricas.