As trajetórias do planejamento governamental no brasil: meio século de experiências na administração pública
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-5141.2004v8n1p%25pResumo
Este artigo tem como objetivo analisar o papel do Estado na formulação do planejamento no Brasil a partir dos anos 30, período que deu origem às primeiras iniciativas de planejamento, até os anos 80, momento em que se inicia a decadência do planejamento governamental no país. Optou-se por uma retrospectiva histórica que levantasse os principais aspectos inerentes ao planejamento como instrumento do desenvolvimento econômico desse período, verificando as principais mudanças ocorridas na sociedade. O artigo não pretende dar conta de todas as dimensões e complexidades do tema, e nem esgotar o assunto que é polêmico e envolve demais articulações teóricas com outras áreas, como administração pública, economia e ciência política. Desse modo, o artigo aponta na direção de que esse balanço de análises das experiências de planejamento no Brasil demonstrou grandes avanços econômico- financeiros e alguns fracassos de coordenação e articulação com outras esferas, como p.e. executiva e financeira. Assim, desde os anos 80, em detrimento da crise do Estado, o planejamento entra em declínio nas agendas governamentais, impossibilitado por questões de ordem financeira de realizar as suas funções de racionalização e eficiência econômica. Dessa forma, o Estado, neste contexto, sempre representou, de uma forma geral, as diversas articulações de interesses capitaneados pelo planejamento como instrumento de intervenção e controle social no Brasil.