Análise Microbiológica em Aparelhos de Celular de Acadêmicos e Professores da Universidade de Cuiabá (UNIC) Campus Primavera do Leste – MT

Autores

  • Vivian Tallita Pinheiro de Santana Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.
  • Phelipe Magalhães Duarte Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.
  • Uvleique Alves Fernandes Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.
  • Gabriel Moreno Damião Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.
  • Amanda Lourença da Silva Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.17921/1415-5141.2019v23n2p105-109

Resumo

Rápidos, portáteis e acessíveis, os aparelhos celulares foram incorporados às atividades e rotinas diárias da população. Diante de tal intimidade, esses aparelhos também passaram a se constituir em um meio de crescimento para agentes microbiológicos comensais e acidentais. Medidas de controle como a adoção de boas práticas de higiene são imprescindíveis para a diminuição da carga microbiológica e, por consequência, decréscimo dos riscos de transmissão destes agentes ao homem, principalmente em imunodeprimidos. Dessa forma, o presente trabalho objetivou identificar os micro-organismos presentes em aparelhos celulares de acadêmicos e professores da Universidade de Cuiabá (UNIC), Campus Primavera do Leste – MT, através de amostragens obtidas de 24 aparelhos de telefones celulares de voluntários. Foram realizadas coletas para cada um dos aparelhos celulares disponibilizados pelos voluntários, através de um swab de transporte. Este foi deslizado na parte externa do aparelho, cobrindo toda a área da tela, conectores e alto-falante e, em seguida, inseridos em meio Stuart e remetidos ao laboratório. Do total de amostras coletadas, 19 (79,1%) apresentaram crescimento bacteriano em meio de cultura nutritivo. Os micro-organismos isolados foram Staphylococcus aureus em seis amostras (31,6%), Staphylococcus lugdunensis em outras seis (31,6%), Staphylococcus epidermidis em três (15,8%), Staphylococcus spp. em três (5,8%) e Escherichia coli em uma (5,2%) das amostras. Diante dos resultados obtidos se pôde constatar que os aparelhos celulares podem atuar como meio de multiplicação microbiológica, assim se deve adotar medidas preventivas de higiene e antissepsia das mãos e destes aparelhos, a fim de evitar a proliferação e veiculação de micro-organismos por meio destes.

 

Palavras-chave: Telefone Celular. Staphylococcus aureus.  Escherichia coli.

 

Abstract

Fast, portable and affordable, mobile phones have been incorporated into the daily activities and routines of the population. Faced with such intimacy, these devices have also become a growth medium for commensal and accidental microbiological agents. Control measures such as the adoption of good hygiene practices are essential to reduce the microbiological load and, consequently, decrease the risks of transmission of these agents to humans, especially in immunosuppressed ones. Thus, the present work aimed to identify the microorganisms present in cell phones of academics and professors of the University of Cuiabá (UNIC), Campus Primavera do Leste - MT, through samples obtained from 24 cell phones of volunteers. The samples  were collected for each of the mobile devices made available by the volunteers through a transport swab. This was slid on the external part of the device, covering the entire display area, connectors and speaker, then inserted into Stuart medium and sent to the lab. Of the total samples collected, only 19 (79.1%) showed bacterial growth in nutrient culture medium. Microorganisms isolated from growth media were Staphylococcus aureus in six samples (31.6%), Staphylococcus lugdunensis in six (31.6%), Staphylococcus epidermidis in three (15.8%), Staphylococcus spp. in three (5.8%) and Escherichia coli in one (5.2%) of the samples. Given the results obtained, it can be seen that cell phones can act as a means of microbiological multiplication, so preventive measures of hygiene and antisepsis of  hands should be adopted, in order to prevent the proliferation and spread of microorganisms through them .

 

Keyword: Cell Phone. Staphylococcus aureus.  Escherichia coli.

 

Biografia do Autor

Vivian Tallita Pinheiro de Santana, Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.

Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade. Farmacêutica e Bióloga

Phelipe Magalhães Duarte, Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.

Especialista em Vigilância Sanitária.

Uvleique Alves Fernandes, Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.

Professor na UNIC – Educacional Primavera do Leste – MT, Brasil.

Gabriel Moreno Damião, Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.

Aluno do curso de Biomedicina.

Amanda Lourença da Silva, Universidade de Cuiabá. MT, Brasil.

Aluno do curso de Biomedicina

Referências

AKINYEMI, K.O. et al. The potential role of mobile phones in the spread of bacterial infections. J. Infec. Devel. Countr., v.3, n.8, p.628-632, 2009. doi: 10.3855/jidc.556.

ALMEIDA, R.C.C. et al. Avaliação e controle da qualidade microbiológica de mãos de manipuladores de alimentos. Rev. Saúde Pública, v.29, n.4, p.290294, 1995. doi: 10.1590/S0034-89101995000400006.

ARAÚJO, J.S. et al. Contaminação microbiana de aparelhos celulares de alunos do IFMA-Campus Zé Doca-Ma . 2013. Disponível em: https://www.webartigos.com/storage/app/uploads/public/588/4ce/176/5884ce1766aea130430347.pdf. Acesso em: 8 mar. 2019.

BALDO, A. et al. Contaminação microbiana de telefones celulares da comunidade acadêmica de instituição de ensino superior de Araguari (MG). Rev. Mast., Ens., Pesq. Ext., v.1, n.1, p.57-65, 2016. doi: 10.5935/2447-8539.20160005

BRASIL. Ministerio da Saúde. Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS. In: Gram I - Técnica de Coloraçao de Gram. Brasilia: TELELAB, 1997.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia Clinica para o Controle de Infeccao Relacionada a Assistencia a Saude. Modulo 5: Tecnologias em Servicos de Saúde: descrição dos meios de cultura empregados nos exames microbiológicos. Brasília: Anvisa, 2013a.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 6: Detecção e identificação de bactérias de importância médica. Brasília: ANVISA, 2013b.

CLASEN,T.F. et al. Interventions to improve water quality for preventing diarrhoea (Review). The Cochrane Collaboration. Published by JohnWiley & Sons, 2009

CUNHA NETO, A. et al. Flora microbiana de telefones públicos localizados no Campus de uma universidade em Cuiabá, MT. Rev. Eletr. Biol., v.5, n.1, p.129-143, 2012.

DANTAS, R. Você sabia que celular sujo pode ser prejudicial à saúde? Confira. Disponível em: <http://www.conceicaopbonline.com/2012/12/celular-sujo-pode-ser-prejudicial-saude.html.>.

DONOGHUE, S. et al. Staphylococcus lugdunensis: case report and discussion. Austral. J. Dermat., v.55, n.4, p.301-303, 2014. doi: 10.1111/ajd.12209.

FORSYTHE, S.J. Microbiologia da segurança alimentar. In: FORSYTHE, S.J. Introdução de alimentos seguros. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 14–15.

HOLT, J.G. et al. Bergey’s manual of determinative bacteriology. Baltimore: Williams & Wilkins, 1994.

LINA, B. et al. Non-puerperal breast infections due to Staphylococcus lugdunensis. Eur J. Clin. Microbiol. Infect. Dis, v.3, n.8, p.686-687, 1994. doi: 10.1007/BF01974001.

LOZANO, B.M.; GÓMEZ, L.R.M.; PULIDO, A.P. Staphylococcus lugdunensis: un patógeno emergente en infecciones de piel y partes blandas. Act. Dermosif., v.106, n.9, p.769-670, 2015. doi: 10.1016/j.ad.2015.02.016.

MANICA, L.A.H.; COHEN, P.R. Staphylococcus lugdunensis infections of the skin and soft tissue: a case series and review. Dermat. Ther., v.7, n.4, p.555-562, 2017. doi: 10.1007/s13555-017-0202-5.

MENDES, R.R. et al. Perfil bacteriológico das mãos de profissionais de saúde no centro cirúrgico e no pós-operatório do Hospital Geral de Palmas, Tocantins. Rev. Patol., v.3, n.1, p.44-62, 2016.

MEYER, G.; PICOLI, S.U. Fenótipos de betalactamases em Klebsiella pneumoniae de hospital de emergência de Porto Alegre. J. Bras. Patol. Med. Labor., v.47, n.1, p.24-31, 2011. doi: 10.1590/s1676-24442011000100003.

MINIER, M. et al. Staphylococcus lugdunensis Infections: high frequency of inguinal area carriage. J. Clin. Microbiol., v.41, n.4, p.1404-1409, 2003. doi: 10.1128/jcm.41.4.1404-1409.2003.

MORIOKA, I. et al. Bacterial contamination of mobile phones shared in hospital wards and the consciousness and behavior of nurses about biological cleanliness. Japanese J. Hyg., v.66, n.1, p.115-121, 2011. doi: 10.1265/jjh.66.115.

PERSON, O.C. et al. Avaliação da flora bacteriana dos fones de ouvido de telefones públicos e hospitalares de Marília. Arq. Med. ABC, v.30, p.34-38, 2005.

PINHEIRO, L. et al. Staphylococcus epidermidis and Staphylococcus haemolyticus: Molecular detection of cytotoxinand enterotoxin genes. Toxins, v.7, n.9, p.3688-3699, 2015. doi: 10.3390/toxins7093688

PONGELUPPE, A.T. et al. Avaliação de coliformes totais, fecais em bebedouros localizados em uma instituição de ensino de Guaralhos. Rev. Saúde, v.3, n.2, p.2-6, 2009.

REIS, G.M. et al. Contaminação microbiana de telefones celulares de acadêmicos de uma Universidade do Sul do Brasil. In: SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DA UNICRUZ. MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA. MOSTRA DE EXTENSÃO., 2008.

REIS, G.M. et al. Contaminação microbiana de telefones celulares de acadêmicos de uma Universidade do Sul do Brasil. In: SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO, MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, MOSTRA DE EXTENSÃO, 2014

SANTOS, A.A.M. Higienização das mãos no controle das infecções em serviços de saúde. RAS. v.4, n.15, 2002. Disponível em: http://cqh.org.br/portal/pag/doc.php?p_ndoc=240. Acesso em: 8 mar. 2019.

SHAHABY, A.F. et al. Mobile phone as potential reservoirs of bacterial pathogens. Afric. J. f Biot., v.11, n.92, p.15896-15904, 2012. doi: 10.5897/ajb12.1836

SMITH, S.I. et al. Antibiotic susceptibility pattern of Staphylococcus species isolated from telephone receivers. Singap. Med. J., v.50, n.2, p.208-211, 2009.

SOUZA, L.L.B.; FERREIRA, L.C. Contaminação microbiológica em smartphones. Essentia, v.20, n.2, p.7-212, 2018. doi: 19180/1809-2667.v20n22018p207-212

STAINKI, R.D. 2012. Microbiota ou flora normal. 2012. Disponível em: <http://coral.ufsm.br/microgeral/Conteudo teorico/ Microbiota normal.pdf.>. Acesso em: 1 mar. 2019.

STEERE, A.C.; MALLISON, G.F. Controle de infecções no hospital. São Paulo: USP, 1989.

TEIXEIRA, F. N.; SILVA, C. V. Análise microbiológica em telefones celulares. FAPCiênc., v.11, n.3, p.15-24, 2017.

ZAAROURA, H. et al. Clinical and microbiological properties of Staphylococcus lugdunensis skin infections. J. Dermatolo., v.45, n.8, p.994-999, 2018. doi: 10.1111/1346-8138.14496.

WENZEL, R.P. et al. A methicillinresistence Staphylococcus aureus: Implications for the 1990s and effective control messures. Am. J. Med., v.91, p.221-227,1991. doi: 10.1016/0002-9343(91)90372-5

Downloads

Publicado

2019-12-04

Como Citar

SANTANA, Vivian Tallita Pinheiro de; DUARTE, Phelipe Magalhães; FERNANDES, Uvleique Alves; DAMIÃO, Gabriel Moreno; DA SILVA, Amanda Lourença. Análise Microbiológica em Aparelhos de Celular de Acadêmicos e Professores da Universidade de Cuiabá (UNIC) Campus Primavera do Leste – MT. UNICIÊNCIAS, [S. l.], v. 23, n. 2, p. 105–109, 2019. DOI: 10.17921/1415-5141.2019v23n2p105-109. Disponível em: https://uniciencias.pgsscogna.com.br/uniciencias/article/view/7038. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos