Escolas indígenas e autonomia: um olhar a partir da teoria do controle cultural
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-5141.2003v7n1p%25pResumo
Todas as sociedades humanas dependem de recursos externos para viabilizar a sua autonomia e o seu desenvolvimento. A instituição escolar tem sido um importante elemento cultural externo incorporado ao cotidiano das sociedades indígenas contemporâneas. A escola indígena lhes disponibiliza conteúdos energéticos, organizativos e informativos até então inacessíveis e pode transformar-se numa instituição facilitadora da autonomia ou promotora de dependências. A escola adequada será aquela que lhes ensejará o controle crescente sobre si e sobre outros elementos culturais apropriados no convívio intersocietário. Esse controle materializa-se na tomada de decisões acerca das estratégias de ingresso, de administração e de aplicação dos recursos angariados, na definição dos conteúdos curriculares e na escolha do “perfil docente” dos seus professores. O exercício crescente do controle da escola pelas sociedades ameríndias qualifica a instituição escolar como mais um instrumento de luta para a sua autonomia, liberdade e desenvolvimento.